Imagine um vinho que é quase um haicai: preciso, delicado, e cheio de significado. Assim é o Chambolle-Musigny 2021 da Maison Lou Dumont, criado por Koji Nakada, o japonês que trocou Tóquio pelas vinhas da Borgonha para dar vida a rótulos que respeitam profundamente o terroir – e falam baixinho, mas com elegância.

Produzido na icônica vila de Chambolle-Musigny, na Côte de Nuits, esse tinto vem de um dos terroirs mais sedutores da Borgonha, conhecido por entregar Pinots finos, aromáticos e envolventes. E aqui, o vinho honra sua origem com classe: feito com 100% Pinot Noir, fermentado de forma tradicional e maturado em barricas de carvalho francês (cerca de 30% novas), ele expressa o equilíbrio perfeito entre fruta, estrutura e suavidade.

A safra 2021 foi desafiadora. Geadas de primavera reduziram os rendimentos drasticamente, mas o que a natureza tirou em quantidade, entregou em qualidade: os vinhos dessa colheita têm frescor vibrante, taninos finos e uma pureza aromática rara – exatamente o estilo que faz os puristas da Borgonha sorrirem.

No nariz, o Lou Dumont 2021 é um convite delicado: cereja fresca, pétalas de rosa, toques de terra úmida e um sussurro de especiarias. Na boca, é preciso, com corpo médio, textura sedosa e final longo e mineral. Um vinho que não precisa se exibir – ele conquista no detalhe.

Teor alcoólico: 12,5%