Nem só de tintos vive a Côte de Beaune — e este Chardonnay de Santenay, vindo da prestigiosa parcela Les Gravières (sim, a mesma famosa pelos tintos), é a prova clara, límpida e irresistivelmente aromática disso.

Jean-Marc Vincent assina mais uma obra de precisão borgonhesa, com uvas cultivadas em agricultura orgânica, colheita manual e vinificação quase zen: mínima intervenção, fermentação espontânea e estágio em barricas francesas (comedidas, claro — o terroir aqui é a estrela).

No nariz, temos pêssego branco, flor de acácia, toque cítrico e uma mineralidade salgadinha que lembra pedra molhada depois da chuva. Em boca, é cremoso e elétrico ao mesmo tempo, com equilíbrio impecável entre volume e frescor — um vinho que dança no palato e termina com classe.

Um branco com alma de grande vinho: elegante, preciso e com estrutura para brilhar por muitos anos — se você conseguir esperar, claro.

Volume alcoólico: 13,5%